WIKILEAKS DESMASCARA A FACE “PSEUDO-DEMOCRATA” DOS ESTADOS UNIDOS
Hindenburgo Francisco Pires
AGB- Rio de Janeiro
AGB- Rio de Janeiro
1. Introdução
Este trabalho constitui um breve levantamento sobre as comunicações diplomáticas dos EUA, disponibilizadas pelo sítio-web Wikileaks, oriundas de redes confidenciais e secretas do Departamento de Estado, reanalisadas e difundidas pela mídia jornalística internacional.
A idéia é oferecer uma visão panorâmica sobre o conteúdo desses documentos, para que se possa ter elementos para debater, analisar e traçar balizamentos de ações direcionadas à defesa de questões que dizem respeito à defesa da soberania do Estado brasileiro, tais como: a defesa da biodiversidade; a luta pela manutenção da reserva legal da Amazônia; a luta em defesa dos recursos naturais; a luta pela defesa do meio ambiente; a luta contra os transgênicos, a luta pelas atitudes éticas dos representantes políticos e profissionais acadêmicos e do serviço público, entre outras.
Quando me dispus a tratar do tema das comunicações diplomáticas dos EUA, oriundas dessas redes, me coloquei no desafio de analisar e contribuir para que a Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB pudesse ter em mãos um sólido material para dar os passos iniciais na defesa de questões que dizem respeito à soberania do Estado brasileiro, entendendo que nossa entidade não poderia ficar omissa a esse fato de repercussão internacional e poderia também se juntar e esse movimento em defesa à liberdade de expressão e informação.
A idéia é oferecer uma visão panorâmica sobre o conteúdo desses documentos, para que se possa ter elementos para debater, analisar e traçar balizamentos de ações direcionadas à defesa de questões que dizem respeito à defesa da soberania do Estado brasileiro, tais como: a defesa da biodiversidade; a luta pela manutenção da reserva legal da Amazônia; a luta em defesa dos recursos naturais; a luta pela defesa do meio ambiente; a luta contra os transgênicos, a luta pelas atitudes éticas dos representantes políticos e profissionais acadêmicos e do serviço público, entre outras.
Quando me dispus a tratar do tema das comunicações diplomáticas dos EUA, oriundas dessas redes, me coloquei no desafio de analisar e contribuir para que a Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB pudesse ter em mãos um sólido material para dar os passos iniciais na defesa de questões que dizem respeito à soberania do Estado brasileiro, entendendo que nossa entidade não poderia ficar omissa a esse fato de repercussão internacional e poderia também se juntar e esse movimento em defesa à liberdade de expressão e informação.
2. O Wikileaks, As comunicações diplomáticas dos EUA e o Papel da Mídia Internacional: Uma leitura através da Geografia Política da Diplomacia dos EUA
A divulgação, pela Internet, de 251.287 comunicações diplomáticas dos EUA, oriundas de redes confidenciais e secretas do Departamento de Estado, pelo sítio-web Wikileaks merece atenção de todos os Geógrafos no Brasil e do mundo.
Essa divulgação de documentos é a maior da história recente da diplomacia internacional. Utiliza-se aqui a expressão divulgação e não “vazamento”, porque os documentos são de fontes reconhecidamente públicas que deveriam estar fornecendo estas informações de forma transparente e aberta, para os cidadãos de todas as nações que lhes dizem respeito.
Antes da divulgação dos documentos, quando se fala de articulações políticas do Departamento de Estado nos países, alguns pesquisadores que tratavam de revelar os bastidores dessas relações, eram rotulados de partidários da “teoria da conspiração”, no entanto com a divulgação dos documentos o que antes era uma suspeita agora se confirma com uma evidência prática inquestionável. Aí está a mídia internacional para referendar a verdade e cumprir a sua verdadeira missão de informar de forma transparente aos cidadãos.
A divulgação destes documentos, no final de outubro e início de novembro de 2010, contou com a participação de importantes jornais da mídia internacional, tais como The Guardian, The New York Times, El País, Le Monde, Der Spiegel e vários blogs internacionais. Esses cinco maiores jornais do mundo formaram uma rede internacional para divulgar a farta documentação disponibilizada pelo Wikileaks.
No entanto, outros importantes meios da mídia internacional, como Wall Street Journal e a rede CNN, não aceitaram participar da publicação desses documentos .
Para o jornalismo internacional, dar as costas a documentos com essa envergadura e relevância histórica, revelaria o descompromisso ético com a verdade e a essência dos fatos gerados, independentemente dos usos que eles possam vir a ter.
Segundo o jornal The Washington Post, o sítio-web Wikileaks classificou os documentos em : Confidenciais (90,070); Não Classificados (75,792); Não Classificados para uso oficial (58,095); Secretos (11,322); Confidenciais não fornecidos (4,678); Secretos não Fornecidos (4,330).
Para as Universidades esses documentos sugerem questões que devem ser examinadas por estudiosos de Geografia Política Internacional, de Geopolítica com relação aos espaços físicos estratégicos, do Ciberespaço e suas redes sociais e de diferentes áreas do conhecimento: Comunicação e Jornalismo, Ciências Políticas, Sociologia Política, Direito Internacional, etc. Deveríamos pesquisar e analisar as informações fornecidas pelo Wikileaks, até porque as diferentes temáticas tratadas pelos documentos divulgados (Figura 1) dizem respeito às questões de interesse de vários países no mundo, com relação a suas estratégias econômicas-políticas e de soberanias nacionais.
Figura 1.
Essa divulgação de documentos é a maior da história recente da diplomacia internacional. Utiliza-se aqui a expressão divulgação e não “vazamento”, porque os documentos são de fontes reconhecidamente públicas que deveriam estar fornecendo estas informações de forma transparente e aberta, para os cidadãos de todas as nações que lhes dizem respeito.
Antes da divulgação dos documentos, quando se fala de articulações políticas do Departamento de Estado nos países, alguns pesquisadores que tratavam de revelar os bastidores dessas relações, eram rotulados de partidários da “teoria da conspiração”, no entanto com a divulgação dos documentos o que antes era uma suspeita agora se confirma com uma evidência prática inquestionável. Aí está a mídia internacional para referendar a verdade e cumprir a sua verdadeira missão de informar de forma transparente aos cidadãos.
A divulgação destes documentos, no final de outubro e início de novembro de 2010, contou com a participação de importantes jornais da mídia internacional, tais como The Guardian, The New York Times, El País, Le Monde, Der Spiegel e vários blogs internacionais. Esses cinco maiores jornais do mundo formaram uma rede internacional para divulgar a farta documentação disponibilizada pelo Wikileaks.
No entanto, outros importantes meios da mídia internacional, como Wall Street Journal e a rede CNN, não aceitaram participar da publicação desses documentos .
Para o jornalismo internacional, dar as costas a documentos com essa envergadura e relevância histórica, revelaria o descompromisso ético com a verdade e a essência dos fatos gerados, independentemente dos usos que eles possam vir a ter.
Segundo o jornal The Washington Post, o sítio-web Wikileaks classificou os documentos em : Confidenciais (90,070); Não Classificados (75,792); Não Classificados para uso oficial (58,095); Secretos (11,322); Confidenciais não fornecidos (4,678); Secretos não Fornecidos (4,330).
Para as Universidades esses documentos sugerem questões que devem ser examinadas por estudiosos de Geografia Política Internacional, de Geopolítica com relação aos espaços físicos estratégicos, do Ciberespaço e suas redes sociais e de diferentes áreas do conhecimento: Comunicação e Jornalismo, Ciências Políticas, Sociologia Política, Direito Internacional, etc. Deveríamos pesquisar e analisar as informações fornecidas pelo Wikileaks, até porque as diferentes temáticas tratadas pelos documentos divulgados (Figura 1) dizem respeito às questões de interesse de vários países no mundo, com relação a suas estratégias econômicas-políticas e de soberanias nacionais.
Figura 1.
Gráfico elaborado com base nos dados fornecidos pelo The Washington Post, 2010.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtlz9N5xArl5cY5BkTOQ90IahtWrEmq4bV6ZGsqjNLitm8HnsdtOCjAhIuuDXWCqsT59KUKT4l7yod54GZJzDpD4evfL8ZQvUWnLIpYD02Ljyb4CvwxRvfv3rCr_pLRdDE0L5qdE7FXHhI/s400/imagem+blog1.JPG)
Um extenso banco de dados dessas informações foi disponibilizado pelo sítio do jornal alemão Der Spiegel (Figura 2a), pelo espanhol El País (Figura 2b) e pelo inglês The Gardian (Figura 2c), através de mapas mundi ou de atlas interativos, com a localização de todos os países incluídos nesta documentação. A partir de um navegador elaborado em flash é possível ter acesso a todos os documentos e as análises desses documentos tratadas pela mídia internacional.
Figura 2.
É importante analisar como as redes sociais podem atuar eficazmente para a difusão de dados tão volumosos com uma agilidade de abrangência superior a qualquer outra mídia, que permitiram desencadeamento de ações colaborativas que ultrapassaram objetivos específicos, fazendo com que os maiores e mais importantes meios de comunicação, sites e blogs se unissem para organizar e difundir conjuntamente essas informações de interesse mundial.
Se forem reorganizados os temas relacionados às questões estratégicas de cada país, seria possível pesquisar onde, como investir e pensar cada país em sua geopolítica territorial.
Se forem reorganizados os temas relacionados às questões estratégicas de cada país, seria possível pesquisar onde, como investir e pensar cada país em sua geopolítica territorial.
3. As comunicações diplomáticas dos EUA sobre o Brasil
No caso do Brasil, é possível verificar como os EUA vêm interferindo em questões políticas nacionais sobre nossas riquezas naturais como, por exemplo, na Amazônia. Os documentos publicados pelo Wikileaks denunciam articulações políticas para assegurar a redução da reserva legal Amazônia. Muitos políticos brasileiros cederam aos interesses estadunidenses que, como é sabido, há décadas, querem possuir nossas riquezas minerais e vegetais.
Existe uma edição, em Português, disponibilizada pelo Wikileaks, dos documentos da "diplomacia dos EUA" para o Brasil, mas há também um conjunto extenso de documentos importantes, em Inglês, que merece a nossa atenção . Segundo o Sítio-web Opera Mundi, no total, são 2.855 documentos de representantes da diplomacia dos EUA, sobre o Brasil.
Esses documentos revelam os bastidores do lobby pelo ouro negro do pré-sal, do território brasileiro, efetuado por empresas dos EUA , sendo fonte de pesquisa e de denúncia tanto com relação aos políticos ou pessoas que ocupam cargos estratégicos que estão traindo os interesses nacionais e internacionais e aos cidadãos que neles depositaram sua confiança, quando estes deveriam lutar por nossa soberania e pela soberania das outras nações.
Segundo ainda esses documentos, os EUA possuem interesses nos cabos de transmissão submarinos em Fortaleza (Americas II e GlobeNet), e também interferem no gerenciamento de minas de ferro e nióbio controladas por empresas inglesa e estadunidense (Rio Tinto Company e a Anglo American) .
O nióbio é um mineral muito importante para várias indústrias do complexo militar dos EUA. Ele é considerado um mineral de interesse geoestratégico para os EUA.
Outro caso que retrata a interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil, foi à iniciativa de constituir lobby na disputa pela venda de 36 caças para as Forças Aéreas Brasileiras. Neste caso, o Wikileaks disponibilizou uma carta confidencial do embaixador Thomas Shannon relatando seu estreito relacionamento com o Ministro de Defesa, Nelson Jobim, que o informara freqüentemente sobre a posição do Estado brasileiro frente a negócios e assuntos estratégicos para a defesa do Brasil .
A luta do Movimento Sem Terra (MST) e a questão agrária também foram objetos de interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil. A comunicação diplomática oficial de Thomas White "The MST Method: Work the State, Alienate the Locals" (O método MST: Trabalhar com o Estado, alienar os locais) é significativa. O Wikileaks disponibilizou sete (7) relatórios enviados entre 2004 e 2009, estes documentos revelam também como os EUA se dedicaram a investigar a ocupação de uma fazenda pertencente ao grupo americano Farm Management Company, em Minas Gerais.
Outros documentos revelaram também o empenho dos EUA para a implementação de transgênicos, o que lhes proporcionariam dividendos com patentes e venda de produtos na Europa. Sobre essa questão o El País publicou uma importante coletânea de artigos. Como se pode observar a diplomacia estadunidense possui interpretações, ações e objetivos muito precisos a respeito de minérios, energia, agronegócios, florestas, distâncias e localizações, infraestruturas e "recursos" humanos brasileiros.
Existe uma edição, em Português, disponibilizada pelo Wikileaks, dos documentos da "diplomacia dos EUA" para o Brasil, mas há também um conjunto extenso de documentos importantes, em Inglês, que merece a nossa atenção . Segundo o Sítio-web Opera Mundi, no total, são 2.855 documentos de representantes da diplomacia dos EUA, sobre o Brasil.
Esses documentos revelam os bastidores do lobby pelo ouro negro do pré-sal, do território brasileiro, efetuado por empresas dos EUA , sendo fonte de pesquisa e de denúncia tanto com relação aos políticos ou pessoas que ocupam cargos estratégicos que estão traindo os interesses nacionais e internacionais e aos cidadãos que neles depositaram sua confiança, quando estes deveriam lutar por nossa soberania e pela soberania das outras nações.
Segundo ainda esses documentos, os EUA possuem interesses nos cabos de transmissão submarinos em Fortaleza (Americas II e GlobeNet), e também interferem no gerenciamento de minas de ferro e nióbio controladas por empresas inglesa e estadunidense (Rio Tinto Company e a Anglo American) .
O nióbio é um mineral muito importante para várias indústrias do complexo militar dos EUA. Ele é considerado um mineral de interesse geoestratégico para os EUA.
Outro caso que retrata a interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil, foi à iniciativa de constituir lobby na disputa pela venda de 36 caças para as Forças Aéreas Brasileiras. Neste caso, o Wikileaks disponibilizou uma carta confidencial do embaixador Thomas Shannon relatando seu estreito relacionamento com o Ministro de Defesa, Nelson Jobim, que o informara freqüentemente sobre a posição do Estado brasileiro frente a negócios e assuntos estratégicos para a defesa do Brasil .
A luta do Movimento Sem Terra (MST) e a questão agrária também foram objetos de interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil. A comunicação diplomática oficial de Thomas White "The MST Method: Work the State, Alienate the Locals" (O método MST: Trabalhar com o Estado, alienar os locais) é significativa. O Wikileaks disponibilizou sete (7) relatórios enviados entre 2004 e 2009, estes documentos revelam também como os EUA se dedicaram a investigar a ocupação de uma fazenda pertencente ao grupo americano Farm Management Company, em Minas Gerais.
Outros documentos revelaram também o empenho dos EUA para a implementação de transgênicos, o que lhes proporcionariam dividendos com patentes e venda de produtos na Europa. Sobre essa questão o El País publicou uma importante coletânea de artigos. Como se pode observar a diplomacia estadunidense possui interpretações, ações e objetivos muito precisos a respeito de minérios, energia, agronegócios, florestas, distâncias e localizações, infraestruturas e "recursos" humanos brasileiros.
4. Estado de Direito, Direito Humanos e Práticas Autocráticas: Os EUA vem caminhando para o Facismo?
As reflexões a serem feitas estão relacionadas às contradições entre discursos e práticas porque, por trás dos discursos sobre democracia e direitos humanos, existe uma autocracia, que se revela em sua prática nacional e internacional e em questões que dizem respeito às relações exteriores e às relações políticas dos EUA, com o resto do mundo. Uma autocracia cujas ações se assemelham às das antigas nações que adotaram práticas autoritárias, com intervenções violentas, métodos facistas, como definiu Boaventura Sousa Santos, no artigo "Wikiliquidação do império?", e práticas políticas desleais que contradizem esse discurso democrático que sempre foi apregoado.
As denúncias do artigo de Michael Brenner, "Washington faz o que condena em autocracias", são preocupantes porque práticas e intervenções políticas nos EUA, como a censura a liberdade de expressão, desrespeito aos direitos humanos, abuso de poder estão se tornando corriqueiras, essas práticas também estão sendo realizadas por eles em outros países .
Em Agosto de 2010, o jornal estadunidense The New York Times, mostra a partir de informações fornecidas pelo Wikileaks, uma animação com a simulação das operações das tropas dos EUA no Afeganistão. Em outubro, o jornal inglês Guardian publicou, a partir de informações fornecidas pelo Wikileaks, mapas elaborados com Googleearth das inúmeras mortes de civis no Iraque (Figura 3b). Também vídeos, divulgados pelo Wikileaks, mostram como os soldados estadunidenses matam deliberadamente civis inocentes nas ruas de Bagdá.
Figura 3.
Após a divulgação das comunicações do Departamento de Estado efetuada pelo Wikileaks (Figura 3c), os EUA numa operação de retaliação ou de “caça as bruxas” a um dos criadores desse sítio-web, Julian Assange, pressionaram prestadores de serviços internacionais como PayPal, Amazon, Mastercard, Visa, Bank of America, etc., para que estes atuassem para inviabilizar financeiramente o Wikileaks, porque este sítio-web, além de demonstrar a vulnerabilidade de um sistema que se dizia inviolável, secreto, de segurança máxima e de controle absoluto, divulgou documentos que demonstram que os EUA violam e violaram impunemente os direitos humanos, interferem nas políticas internas dos países, conspiram contra países para obter o que lhes é conveniente, a qualquer custo. No dia 25 de Dezembro de 2010, o Editorial do The New York Times condenou as retaliações dos EUA ao Wikileaks.
A reflexão sobre todos esses documentos revela uma tendência mundial que por trás dessa política enviesada pró-estadunidense, existem “adeptos corrompidos”, que sendo representantes políticos, empresários ou profissionais liberais que ocupam cargos de poder decisórios em seus países, cedem às essas estratégias de lobbies para proveitos próprios sem pensar nos prejuízos nacionais e internacionais que implicaria essas traições aos princípios legítimos da cidadania.
Está na hora de nos pronunciarmos em defesa do Wikileaks, pela liberdade de expressão, defesa da cidadania, ética pública na política, e garantia da livre representação soberana de todos os povos, nações e países do mundo, fortalecendo o movimento das redes sociais colaborativas.
Em Agosto de 2010, o jornal estadunidense The New York Times, mostra a partir de informações fornecidas pelo Wikileaks, uma animação com a simulação das operações das tropas dos EUA no Afeganistão. Em outubro, o jornal inglês Guardian publicou, a partir de informações fornecidas pelo Wikileaks, mapas elaborados com Googleearth das inúmeras mortes de civis no Iraque (Figura 3b). Também vídeos, divulgados pelo Wikileaks, mostram como os soldados estadunidenses matam deliberadamente civis inocentes nas ruas de Bagdá.
Figura 3.
Após a divulgação das comunicações do Departamento de Estado efetuada pelo Wikileaks (Figura 3c), os EUA numa operação de retaliação ou de “caça as bruxas” a um dos criadores desse sítio-web, Julian Assange, pressionaram prestadores de serviços internacionais como PayPal, Amazon, Mastercard, Visa, Bank of America, etc., para que estes atuassem para inviabilizar financeiramente o Wikileaks, porque este sítio-web, além de demonstrar a vulnerabilidade de um sistema que se dizia inviolável, secreto, de segurança máxima e de controle absoluto, divulgou documentos que demonstram que os EUA violam e violaram impunemente os direitos humanos, interferem nas políticas internas dos países, conspiram contra países para obter o que lhes é conveniente, a qualquer custo. No dia 25 de Dezembro de 2010, o Editorial do The New York Times condenou as retaliações dos EUA ao Wikileaks.
A reflexão sobre todos esses documentos revela uma tendência mundial que por trás dessa política enviesada pró-estadunidense, existem “adeptos corrompidos”, que sendo representantes políticos, empresários ou profissionais liberais que ocupam cargos de poder decisórios em seus países, cedem às essas estratégias de lobbies para proveitos próprios sem pensar nos prejuízos nacionais e internacionais que implicaria essas traições aos princípios legítimos da cidadania.
Está na hora de nos pronunciarmos em defesa do Wikileaks, pela liberdade de expressão, defesa da cidadania, ética pública na política, e garantia da livre representação soberana de todos os povos, nações e países do mundo, fortalecendo o movimento das redes sociais colaborativas.
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